Renata Cruz
PLANTA
um espaço para acolher a diversidade e o desejo de vida em comum
PLANTA é um pequeno espaço no centro da cidade de São Paulo (uma das vitrines da Galeria das Artes, entre as ruas Sete de Abril e Braulio Gomes), que recebe pensamentos, ideias, questões, propostas, projetos e sonhos de diversos artistas e pensadores convidados. O espaço tem como proposta acolher a diversidade como forma de pensamento e modos de vida, e o desejo de ajudar a "florescer" novos caminhos para a vida em comum.
Desabrochar da Noite , Bel Falleiros e Renata Cruz, 2024.
Esse trabalho nasceu como uma noite estrelada, que sempre está ali, visível para quem está disposto a enxergá-lo.
Desde 2020 Bel Falleiros e Renata Cruz (uma morando no Brasil e fora dos Estados Unidos) vem cultivando um ateliê virtual compartilhado. Juntas abrem espaço e dobram o tempo para estarem juntas, longe das fronteiras do tempo e obrigações cotidianas.
Desse encontro nasceram (sem serem planejados) exposições, oficinas, obras de arte, etc. No dia 12 de abril de 2024 depois de mais de 4 anos de cultivando essa prática, enquanto conversavam, pintaram juntas, uma sem saber da pintura da outra, o mesmo e único céu noturno.
A obra aqui apresentada é o encontro esses céus*
*Obrigada pequena Cecilia por ter nos revelado esse encontro de céus!
Acompanhando as pinturas, compomos uma agricultura de gerações que nos atendeu outras formas de olhar, ouvir e se relacionar com o céu estrelado, o escuro e o silêncio. Além de nossas vozes próprias, incluimos as vozes de Carlos Papá, Silvia Rivera Cusicanqui, Ailton Krenak e Cris Takuá além das palavras dos poetas Jaime Saenz e Cecilia Vicuña. Você pode ouvir o áudio no topo desta página.
O nome do trabalho é inspirado na fala de Carlos Papá no Ciclo Selvagem no dia 14 de novembro de 2019. Mais sobre o Ciclo Selvagem no www.selvagemciclo.com.br







Sonhar como verbo conjugado coletivamente
É um trabalho que nasce do querer estar junto e de insistir nesse estar junto,
mesmo com as dificuldades da cidade e do tempo que vivemos
Lacuna como tentativa de abrir espaço
É um trabalho que lembra das frestas
Perceber frestas é também estar interessado nas outras pessoas
As frestas estão por toda parte
Os rastros são deixados por toda parte
Revelar as possibilidades que já estão aqui
Revelar as possibilidades ali no tecido, ali na poesia que se escreve com as letras à solta
Revelar as possibilidades que nascem agora no berço dos encontros, na confiança que anima o sonho e o tecido, as palavras e a luz
Ao longo do tempo, mais palavras são cavadas no tecido, como um terreno coletivo em que a diversidade dos cultivos está na chance de mais palavras chegarem, de mais sonhos conviverem








Sob coordenação e convite de Renata Cruz, os artistas visuais Élcio Miazaki e Nilton Campos desenvolveram o projeto site-specific [ocupar] [valores]. Nele, foram trabalhadas 'analogicamente' determinadas frases que surgiram com as trocas de mensagens entre os dois, realizadas por meio digital com aplicativo de celular. Sempre quem iniciou a conversa, teve a sua fala reproduzida na placa à esquerda. A da direita era reservada à resposta, ou reação. Os assuntos eram diversos, muitas vezes relacionados às respectivas atividades e pesquisas. Mas também ao contexto sócio-político, e ao entorno: uma galeria comercial que une duas ruas na região central da cidade de São Paulo, com livre trânsito de pessoas num corredor largo de passagem. Ao todo, cinco diálogos breves se revezaram de abril a junho de 2024 e cada composição permaneceu, em média, duas semanas na vitrine. Em dias atuais, nos quais reclamamos constantemente da 'falta de tempo', a experiência em relação ao projeto de ocupação da vitrine, representou momentos de desaceleração de um ritmo desenfreado e não justificável. Assim, possibilitou, mutuamente entre os artistas, maior conhecimento e compreensão de seus anseios, além de estreitar laços por meio das conversas e reflexões ocorridas entre eles.






